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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Vai viajar de avião e quer levar seu pet?


Planejar uma viagem internacional já é uma tarefa complicada para alguns, imagine então se precisarmos levar nosso bichinho de estimação junto?

Exigências normalmente são feitas para levarmos nossos animais em viagens, entretanto alguns países exigem exames específicos e as vezes uma quarentena prévia para o animal entrar no pais. Portanto, para não termos surpresas desagradáveis, devemos com bastante antecedência planejar e providenciar os documentos necessários de acordo com a legislação do país de destino.

A primeira exigência e a comum em todas as viagens inclusive dentro do próprio país é a caderneta de vacinação, que deve constar o comprovante (selo, lote e data) de vacinação anti-rábica (deve ter sido aplicada há mais de 20 dias e menos de um ano).

Para viajar para a Europa, ainda é exigida um exame sorológico para raiva realizado em laboratório credenciado (instituto Pasteur por exemplo ) onde o animal deve ter sido vacinado em um período de mais de 30 dias e menos de 11 meses.

Outros ainda exigem quarentena domiciliar de 90 dias após a realização deste teste sorológico que deve ser cumprida no pais de origem e, se não cumprida, o animal permanecerá em quarentena obrigatória no pais que esta recebendo o animal. Há países que ainda exigem pedigree ou atestado de origem.

Fique atento porque alguns países exigem que o atestado de saúde esteja em seu idioma!

E o microchip?

Os estados unidos ainda não exigem a implantação de microchip nos animais, mas o mesmo é exigido na Comunidade Europeia e Japão.
O microchip é uma maneira prática de identificação, segura, indolor e inviolável onde há somente um número para o animal, sendo assim uma  maneira globalizada de identificação.
Os dados do animal e do proprietário devem ser conferidos no site da fabricante do microchip, disponível no certificado do mesmo.

Um outro Certificado Zoosanitário Internacional, preenchido por um medico veterinário credenciado, deve ser obtido junto ao ministério da agricultura no próprio aeroporto de embarque. Para isso deve-se apresentar um atestado de saúde emitido pelo medico veterinário do animal, que tem validade de 72 horas, a caderneta de vacinação e documentação do microchip. Esse documento tem validade de 10 dias.

OBS: existem alguns países que não permitem a entrada de animais provindos do brasil.

Recomenda-se entrar em contato primeiramente com os consulados ou embaixadas do país de destino para se obter informações detalhadas sobre as exigências.
Não se esqueça de certificar-se a respeito da quarentena! E, para todas as documentações, agendar com antecedência!
Após isso informe-se nas companhias aéreas como proceder para embarcar o animal.
Para se ter uma ideia, animais como cães guia podem viajar a bordo com o dono na Japan Airlines por exemplo, mas não aceitam buldogues.
A Air France permite animais de até 4 kg de viajarem na cabine; Cães de 6 a 75 kg viajam no porão em caixa de transporte adequada (providenciada pelo proprietário) contada como volume de bagagem mas cães guias de qualquer peso é permitido na cabine. Raças de “cães ferozes” como pitt bulls, rottweiller e semelhantes não são permitidos pelo ministério francês.
A continental Airlines permite animais na cabine como bagagem de mão em caixa de transporte especifica desde que maiores de 2 meses de idade.
Enfim, deu para perceber que a viagem deve ser programada com meses de antecedência! Nos já enviamos e importamos vários gatos e realmente essa documentação é meio chata! Ah outra coisa! Providencie TODA a documentação exigida porque “lá fora não existe o jeitinho brasileiro” e você pode ter uma grande decepção.
Fora isso boas férias! E boa viagem!!



Abaixo eu disponibilizei alguns links que pesquisei para escrever este artigo.



OBS: ate a data deste artigo o intituo suspendeu temporariamente a realização do exame, entretanto no site há um link para relação de laboratórios autorizados.

Serviço de quarentena animal:


Sobre os Bulldogues no Japão: 


Aeroportos:


Companhias aéreas:




Por Vanessa Zimbres
Médica Veterinária com Especialização em Clínica de Felinos
Clínica Veterinária Bicho é Gente Boa / Itu - SP
CRMV/SP 19.672



sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O fim de ano está chegando! O que fazer com seu gato?


    Época de festas é muito bom, saímos de férias,  reunimos a família, saímos para viajar mas junto a tudo isso vem também um dilema: o que fazer com o nosso bichinho de estimação?

Hoje em dia nossos gatos são mais caseiros, dormem a maior parte do dia, não gostam de sair de casa e nem andar de carro e ficam muito assustados em lugares estranhos;  Mas, se você optar por levar seu gato na viagem, alguns itens devem ser seguidos:

Ao menos uns 10 dias antes da viagem você deve levar o seu gato a um médico veterinário para atualizar as vacinas e desvermifugação, pois em alguns lugares é exigido além da caderneta de saúde, um atestado de sanidade do seu animal. 

É muito importante também informar ao seu veterinário para onde está sendo levado o animal, pois existem doenças endêmicas em certas localidades, como a dirofilariose: uma doença onde vermes se instalam no coração do animal levando-o a insuficiência cardíaca e até a morte, comum em regiões litorâneas e ectoparasitas como pulgas, carrapatos e piolhos que podem transmitir várias doenças aos gatos levando a anemia e até mesmo a quadros mais graves. O médico veterinário irá lhe orientar a respeito do melhor tratamento profilático a ser utilizado para prevenção destas doenças. 

Além disso, devem ser consultados, nos próprios hotéis, a permissão de animais e, nas companhias aéreas e rodoviárias,  as exigências para se viajar com ele. Geralmente devem ser feitas reservas com antecedência e um prazo mínimo também é exigido de acordo com a data de vacinação. 

Se você for viajar de carro lembre-se de colocar o seu gato em uma caixa de transporte adequada para a segurança do animal e evitar-se multas.
E o mais importante! Muito cuidado com fugas! Um gato assustado pode ser impossível de se resgatar! 

Se você optar por deixar seu animalzinho em casa, lembre-se que no fim de ano há os fogos de artifício que podem causar terror em muitos cães e gatos. Não é bom deixar um animal assustado e com medo ficar sozinho em casa.
Existem vários casos onde os animais velhinhos morrem devido ao estresse.  Além do medo dos fogos, os animais já estão estressados por estarem sozinhos em casa e longe do proprietário. Muitos animais sofrem o que chamamos de síndrome do abandono, e ficam sem comer. Assim ficam fracos e susceptíveis a adquirirem outras doenças.

Gatos são animais calmos e tranqüilos que não gostam de barulhos e alvoroço ao seu redor . Para se ter uma idéia, gatos desenvolvem inúmeras doenças, inclusive doença do trato urinário, apenas por estresse. Nessas infecções podem haver complicações e agravar bastante o estado de saúde do animal.

Se você optar por deixar alguém cuidando do seu pet, certifique-se de que o animal esta acostumado com essa pessoa.
E, o mais importante no caso dos gatos é que a visita seja feita ao menos 2x ao dia para a adequada limpeza da caixa higiênica, não permitindo que fique com cheiro para que o animal não evite de usá-la, retendo a urina por muito tempo.

 Além disso, não adianta deixar o pote de ração cheio porque os gatos comem em pequena quantidade diversas vezes ao dia, e a ração exposta ao ambiente por muito tempo perde o cheiro e o animal rejeita.

Trocar a água freqüentemente também é muito importante para mantê-la sempre fresca, e as vasilhas de ração e água devem ser lavadas diariamente.
Portanto, se você for deixar alguém cuidar dos animais esses procedimentos não devem ser ignorados.

Nós da clinica veterinária Bicho é Gente Boa trabalhamos com hospedagem para gatos. Nossos gatis possuem arranhadores, brinquedos, caminhas, tocas, higiene, limpeza e total segurança para seu gatinho ficar durante sua ausência.
Nós somos grandes amantes da espécie e oferecemos, além de cuidados, todo o carinho e atenção que seu gato merece.  Nenhum animal fica sozinho. A médica veterinária é responsável pelos animais hospedados e fica presente  24 horas na clinica para oferecer-lhes conforto, segurança e a companhia.

Aqui gato não se estressa!

Venha conhecer nosso hotel!

Por Dra. Vanessa Zimbres
Médica Veterinaria com especialização no atendimento de felinos.
Clinica Veterinária Bicho é Gente Boa
Itu/ SP

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Cuidando de gatinhos:



Alimentando um gatinho:
Os gatinhos necessitam do dobro de energia e nutrientes que um gato adulto. Mesmo que seu gatinho aos 6 meses aparente ter crescido totalmente isso não significa que seu desenvolvimento tenha se completado.
Devido a pequena boca, dentes e estomago, ingerem uma menor quantidade de alimento por vez o que os leva a fazer diversas pequenas porções ao longo do dia. Além disso e dieta deve ser específica para a espécie felina, de acordo com a fase de crescimento e as vezes até raça dos gatos.
Gatos são carnívoros estritos, ou seja, o organismo necessita de aminoácidos encontrados somente em proteínas de origem animal.
Vamos falar um pouco dessas necessidades especificas:
Ácidos Graxos:
São os principais constituintes das gorduras. O fígado e outros tecidos podem sintetizar os ácidos graxos necessários ao metabolismo celular, entretanto existem 2 ácidos graxos não sintetizados pelo gato que são o ácido linoléico e o ácido araquidônico.  Estes somente são encontrados nos tecidos animais, portanto a necessidade de fonte de carne na dieta do gato. Uma carência em acido araquidônico acarreta distúrbios reprodutivos e de coagulação.
Aminoácidos:
Além dos nove aminoácidos necessários na alimentação dos animais, os gatos necessitam de mais dois em particular: A Arginina e a Taurina. Os aminoácidos são encontrados em fonte protéica de origem animal.
Arginina: Uma carência leva a alteração no ciclo da uréia, levando ao acúmulo desta no sangue e sérias conseqüências que podem chegar até a morte.
Taurina: está envolvida em múltiplas funções no organismo como visão, reprodução, formação de ácidos biliares e contração cardíaca, além de sua ação antioxidante. A síntese deste aa pelos gatos é insuficiente para cobrir sua necessidades fisiológicas. Uma carência em taurina pode levar o gato a cegueira e insuficiência cardíaca.
Vitamina A : Gatos não convertem o beta-caroteno, presente nas plantas, em vitamina A, necessitando dela pré-formada em sua dieta. Na prática, significa que cenoura cozida, para gatos, não tem valor nutritivo!

Niacina: Gatos não convertem o aminoácido triptofano em niacina, uma vitamina do complexo B. Suas necessidades de niacina são 4 vezes maiores que a dos cães. Sua deficiência causa perda de peso e apetite e úlceras na cavidade oral e língua.

O que não oferecer a seu gatinho:
Alimentos para cães nunca! E evitar alimentos humanos e sobras, porque ao oferecer sobras durante as refeições familiares, estará se habituando o animal a solicitar e roubar alimentos da mesa.

Para se ter uma idéia, por exemplo, o leite de vaca não pode ser totalmente digerido pelo gato o que pode levar a diarréia e em casos mais graves inflamação intestinal.
Chocolate pode ser toxico para os animais
Cebolas contém agentes oxidantes que causam danos a hemácias dos felinos e levam a anemia podendo causar morte. E por ai adiante...
Quando passar para alimento de adulto?
Em média um gato se torna adulto aos 12 meses de vida. A troca da ração deve ser feita de forma gradual. Não se deve variar a alimentação do gato. Eles devem, de preferência, comer sempre da mesma ração. O que pode ser suplementado na dieta do gato são os alimentos úmidos, que é uma fonte de água para os gatos.

Ao chegar em casa:
Seu gatinho precisara de alguns itens indispensáveis como:
·         Um lugar onde ele se sinta seguro para dormir, com uma caminha, cobertor ou até mesmo uma caixinha de papelão. Os gatos gostam de se esconderem e de lugares altos.
·         Potes de água e ração. É importante que a água esteja sempre fresca. Os gatos em geral gostam de vasilhas de água grandes e não costumam dividir as vasilhas com cães. Outros gatinhos costumam beber água da torneira. Neste caso indica-se adquirir um bebedouro em forma de fonte para esses gatinho para preveni-los de problemas renais futuros.
·         Caixa de areia: existem vários tipos de areias, descubra qual o seu gatinho se adapta melhor e mantenha-a sempre limpa.
·         Brinquedos, assim como crianças, ofereça brinquedos específicos para gatos para evitar acidentes. Não de bolas de lã ou qualquer brinquedo que tenha fios, linhas e barbantes o qual o animal possa engolir.
·         Caixa de transporte: Indispensável; é muito arriscado sair com seu gatinho solto dentro do carro ou ir ate um veterinário carregando-o somente no colo. Alguns gatinhos não gostam de sair de casa e ficam apavorados, podendo causar acidentes.
·         Rasqueadeiras, no caso de gatinhos de pêlo longo. Gatos não gostam de banho então, escovando-os freqüentemente, diminui-se a necessidade de banhar seu bichano.
·         Arranhadores: para evitar que destruam a mobília. Existem arranhadores inclusive com tocas onde o animal pode se esconder, dormir, brincar ...
·         Ração seca e úmida de acordo com a idade, estado de saúde  e estilo de vida do animal.
·         Identificação: seja por microchips, tatuagem (legível) ou mesmo placas de identificação. No caso das placas é muito importante que sejam usadas coleiras próprias para gatos, ou seja, feita totalmente em elástico ou com uma parte de elástico para evitar que o animal se enrosque e venha a se enforcar. Pergunte a seu veterinário qual é a melhor forma de identificar seu animal.

Apresentando o gatinho as crianças:
Diferentemente de um gato adulto, um gatinho não sabe como evitar as crianças quando não quer ser perturbado. Por isso explique as crianças que um gatinho não é brinquedo! São animais muito sensíveis e precisam de muitas horas de sono, portanto é absolutamente proibido acordar um gatinho para brincar. Um gato incomodado pode arranhar e morder as crianças. Respeite as horas do seu gatinho.
Ensine as crianças como segurar o gatinho de maneira correta, sem apertar e nem pegá-lo somente pelos membros, não puxar o rabo e tendo cuidado para não derrubá-los no chão. Além disso,  gatos ao contrario dos cães quando mechem o rabo excessivamente é porque estão nervosos e não brincando assim como é aconselhável deixar o animal em paz caso, durante as brincadeiras ,ele coloquem as orelhas para traz e bufe .
Se for apresentar o gato a um cão, fique junto, segure o gato tomando muito cuidado com a unha e mostre ao cão que o gato é novo membro da família, os cães geralmente querem somente cheirar o novo animal. Não forcem esse encontro, é normal que o gatinho se arrepie todo e bufe para o cão, mas eles se entenderão desde que seja respeitado o espaço um do outro. Cuidado para que o cão não machuque o gatinho em brincadeiras e o gatinho não arranhe os olhos do cão.

Apresentando o gatinho para outro gato:

Coloque o novo gatinho em um quarto separado nos primeiros dias e lá deixe que ele se sinta protegido colocando a caixinha de transporte ou a caminha para ele se esconder. Os outros animais da casa sentirão o cheiro do novo gatinho neste período mesmo que somente por baixo da porta. Um gato adulto pode ficar bravo ao sentir o cheiro do novo animal; Durante esse período dê bastante atenção aos animais que já moravam em casa para evitar ciúmes e disputa por território. Aos poucos deixe o gatinho explorar a nova casa. Quando ele já se sentir a vontade ai já é hora de apresentá-lo aos novos gatos da casa. Gatos adultos podem estranhar filhotes, ficam bravos com eles nos primeiros dias, mas em geral acabam tolerando. Muitas vezes o novo gatinho tem mais energia para brincadeiras que um gato adulto e este pode não gostar de brincadeiras e fugir para dormir em outro lugar. Neste caso é melhor separar o gatinho do gato adulto para não aborrecer o animal que já estava em casa.

Supervisione o encontro, eles provavelmente se cheirarão, o gatinho poderá se arrepiar todo enquanto o gato mais velho após cheirar o filhote vai bufar para ele ou mesmo dar um tapa. Não castigue o gato, ele esta mostrando ao novo morador quem é que manda, enquanto isso separe os animais novamente e aos poucos vá deixando eles se encontrarem.

É muito importante que cada gato tenha seu pote de comida, de água, sua cama e sua caixa de areia. Mesmo que compartilhem os acessórios é muito importante que no inicio cada um tenha o seu para evitar disputas.

Outro fato importante é respeitar o território de cada um, por exemplo se o seu gato gosta de deitar no sofá, não deixe que o recém chegado deite nele,  gatos são territorialistas e odeiam dividir espaço com outro animal mesmo que sendo outro gato!

Não force o encontro entre os gatos, solte o gatinho aos poucos pela casa, deixe que ele reconheça o território e que o outro gato va se acostumando a ele, mas sempre sob sua supervisão.

Caso o novo gato apresente problemas de comportamento, procure orientação de um medico veterinário para ajudá-lo.

Casa a prova de gatos:
A natureza curiosa e exploratória dos gatos pode ser perigosa para eles.

Atente-se a:
 
·         Guardar medicamentos e produtos de limpeza em lugares fechados. Lembre-se que em cima do armário não resolve porque eles alcançam.
·         Feche a tampa do vaso sanitário, não há nada mais interessante do que a água fresca da privada!
·         Mantenha objetos que tenham fios, linhas e fibras fora do alcance do gatinho. Eles adoram brincar com isso, mas somente se você estiver por perto, do contrário eles podem engolir esses fios e terem obstrução intestinal com sérias conseqüências por isso.
·         Cuidado com sacolas plásticas,
·         Cuidado com as janelas seja para não caírem como para não fugirem para a rua. Caso seja necessário coloque mosquiteiros ou telas de proteção para crianças.
·         Cuidado com as portas, eles passam por nossas pernas e nem percebemos.
·         Nunca deixe seu gatinho lamber restos de latas, eles podem se ferir nas bordas.
·         Coloque venenos para ratos e baratas em local fora do alcance dos gatos e evite que eles ingiram insetos mortos por inseticidas.

Alimente seu gatinho de preferência com alimento secos e úmidos especifico para a fase de vida em questão.
Incentive-o a beber bastante água
Lhe de atenção e muito carinho, um gato é tão companheiro quanto um cão.
Se vc nunca conviveu com um gato, após conviver, nunca mais ficara sem um!

“O gato é uma chance de interiorização e sabedoria posta pelo mistério à disposição do homem."
                          Artur da Távola


Por Dra Vanessa Zimbres
CRMV/SP 19.672
Médica Veterinaria especializada no atendimento de felinos
Clinica Veterinaria Bicho é Gente Boa
Itu/SP
www.bichoegenteboa.com.br

terça-feira, 1 de março de 2011

Porque castrar gatos machos?

   Um problema marcante dos proprietários de gatos machos é a demarcação com urina que eles fazem pela casa. A urina do gato em especial, tem um odor amoniacal muito forte e desagradável ao olfato humano. Este odor e conseqüência da produção hormonal dos machos importante para a demarcação de território.

Os gatos são animais territorialistas, portanto estão sempre explorando novos espacos e se deparando com outros machos na mesma busca. Esses encontros quase sempre resultam em serias brigas. Além disso, enquanto o gato esta explorando novos ares ele esta sujeito aos riscos da vida urbana como atropelamentos, cães, pessoas... tudo devido instinto felino de liberdade.
Vale a pena lembrar que brigas entre gatos pode disseminar entre eles seríssimas doenças virais que ainda não tem tratamento, portanto o melhor ‘e evitar o contato do seu gato com gatinhos de rua. 
Tudo bem! a castração não vai mudar totalmente o comportamento do seu gato mas vai deix’a-lo mais tranqüilo, pelo menos ele não vai brigar por territórios e nem ficar urinando pela casa!
A fonte de produção dos hormônios sexuais masculinos nos machos são os testículos, em número de dois que estão protegidos dentro da bolsa escrotal. Quando falamos em castração nos referimos na remoção dos testículos do gato macho com o intuito de retirar a fonte de produção dos hormônios sexuais, líquidos seminais e espermatozóides. A intenção da castração dos gatos e retirar a produção hormonal e conseqüentemente abolir o comportamento resultante deste estimulo e não o controle populacional, por isso que a vasectomia não ‘e indicada porque não retira a fonte hormonal.
Os gatos engordam depois de castrados? Na maioria das vezes sim, mas os proprietários podem evitar que aconteça.
O que acontece é que o metabolismo do animal sofre algumas alterações uma vez que são retiradas as fontes de hormônios sexuais, portanto devemos adequar a vida do animal a esse novo metabolismo. A principal forma é controlando a alimentação e oferecendo rações de acordo com o estilo de vida do animal. Hoje contamos no mercado com rações voltadas especificamente para gatos castrados que vivem dentro/ fora de casa; machos/fêmeas; jovens/adultos ou idosos, o proprietário é quem deve ter disciplina na hora de alimentar o animal e lembre-se: gato gordinho pode ate ser bonitinho mas não ‘e saudável!
A cirurgia de castração de um gato macho e relativamente simples, o pos cirúrgico ‘e rápido e não necessita de grandes cuidados. E pra finalizar, pesquisas indicam que gatos não castrados que vivem em cidades e tem acesso a rua vivem em media 3 a 5 anos e a maior causa de óbito destes animais são atropelamentos seguidos por envenenamentos, coisas que podem ser evitadas se o gatinho ficasse mais em casa! Pense nisso!

Por Dra Vanessa Zimbres   
CRMV/SP 19.672
Medica Veterinária com Especialização em Medicina Felina

Vacinação em Felinos


Vamos falar sobre a vacinação em gatos que, ao contrário do que muitos proprietários imaginam e as vezes por falta de orientação até mesmo do médico veterinário, os gatos devem ser vacinados não somente contra raiva mas também contra outras doenças mais comuns que afetam os felinos. Vamos falar um pouco sobre essas doenças para se entender melhor a importância da vacinação:



Doenças do complexo respiratório felino:
É muito comum vermos gatinhos resfriados e com conjutivite! 
Pois é! Essas doenças são causadas por vírus, ou bactérias, e podem ser amenizadas pela vacinação!

Essas doenças são a rinotraqueite, calicivirose e clamidiose.
     

A Rinotraqueíte é uma doença causada pelo herpesvírus felino que, assim como no ser humano, uma vez exposto ao agente (o Herpesvirus1) o individuo será sempre portador da doença e assim qualquer fator de estresse que cause imunossupressão (baixa da imunidade) poderá desencadear os sintomas da doença e a transmissão do agente. 
  O herpesvirus 1 nesses animais se instala nas mucosas nasal, traquéia e conjuntiva ocular; Portanto, a transmissão se dá pelas secreções do animal doente. 
As condições que podem fazer com que a imunidade do animal caia são estresse fisiológico, como cio por exemplo, infestação de parasitas como pulgas e verminoses e outras doenças concomitantes.

A doença tem um curso médio 2 a 4 semanas e os sinais clínicos são secreções nasais   e oculares (Figura 1), espirros, tosse e conjuntivite. Se não tratados podem evoluir para pneumonia secundária, necrose das vias aéreas e úlcera de córnea. A imunidade materna dura pouco o que leva os filhotes doentes a uma alta taxa de mortalidade.
Figura 1 - Gato com secreçao nasal purulenta associada a doença do trato respiratorio superior felino.

A Calicivirose é uma doença altamente contagiosa causada pelo Calicivírus felino. Apresenta, além dos sinais clínicos semelhantes aos do herpes vírus, uma grave estomatite (figura 2:1 e 2:2), aonde  o animal apresenta úlceras na boca e salivação. O vírus está ,nos animais contaminados, presente nas mucosas oral, nasal, conjuntiva ocular e ainda nos pulmões dependendo do seu sub tipo.

Observamos que, uma vez que o vírus está presente em vias aéreas e olho, os sinais clínicos serão inflamação destes locais. Vale lembrar que um tecido inflamado, seja ele em olho, pulmão, boca ou nariz vai ter alterações que predispõe a infecções bacterianas secundárias oportunistas que complicam ainda mais o quadro clinico do animal.




Figura 2:1 - Estomatite associada a calicivirose felina.  Notar as úlceras, glossite, palatite. 
 
Figura 2:2 - Notar as severas ulceras em lingua.
A Clamidiose é uma doença causada por uma bactéria: Chlamidophila felis , que também é uma Zoonose tendo portanto a capacidade de infectar seres humanos. O agente desta doença está presente mucosa ocular, logo as secreções oftálmicas estão contaminadas com este agente sendo a via de transmissão da doença. Da mesma forma, os anticorpos maternos protegem pouco os filhotes.

Os sinais clínicos são, alem de sinais oftálmicos (secreção, quemose e conjutivite, Figura 3) secreção nasal e espirros. Sinais que também podem se complicar se não tratados.

Figura 3- Paciente com hiperemia conjuntival (vermelhidão), e quemose evidente indicativo de conjuntivite.

Panleucopenia felina:
    Doença causada pelo Parvovirus felino, semelhante a parvovirose dos cães (doença que em cães causa diarréia com sangue). É uma doença que afeta o sistema neurológico de gatos filhotes em decorrência da contaminação das fêmeas prenhes. Em filhotes causa também diarreia, mas não hemorrágica devido a diferença da flora intestinal de cães e gatos. Os animais doentes podem apresentar vômitos que resultam em desidratação e dores abdominais. Dependendo da época da infecção da gata prenhe, pode haver aborto ou hipoplasia cerebelar dos filhotes, sendo esta última o não desenvolvimento do cerebelo do animal, responsável pelo equilíbrio, e coordenação motora. Uma fêmea prenhe infectada pode não apresentar nenhum sintoma da doença entretanto  os tecidos fetais podem ser comprometidos. 
A trasmissão é alta e se dá  por animais e ambiente contaminados. O vírus é altamente resistente ao ambiente podendo sobreviver por 5 até 13 meses. A doença é grave em filhotes e animais com imunidade comprometida. A imunidade materna dura ate 3 meses de idade, desde que o filhote tenha ingerido o colostro materno.

Leucemia viral felina:
Doença extremamente grave causada por um retrovírus felino. Devido a complexidade, e gravidade da doença, esse tema merece ser discutido em um post a parte.
Para resumir: o vírus pode se instalar na medula óssea e levar a um quadro de leucemia ou ao desenvolvimento de linfoma, ambos resultando na morte do animal. Pode ser transmitida através de contato continuo com gatos doentes, mordidas, transfusão de sangue e por via intra uterina e leite da mãe para os filhotes.
É importante testar os animais para essa doença antes de proceder com a vacinação e somente vacinar animais que estejam em real risco de contaminação. Um dos motivos são os riscos e efeitos colaterais que a vacina (quíntupla) desenvolve nesses animais.


E para finalizar:  

Não existe um único protocolo vacinal ou uma receita que deve ser seguida para em todos os animais. 
Sobre a raiva, que nem discutimos nesse post,  é exigência do ministério da saúde e agricultura que os animais sejam revacinados anualmente, por isso não vamos discutir o que é lei.
Sobre quando iniciar o esquema vacinal, também deve ser determinado o histórico de amamentação do filhote e a quais doenças o animal poderá ser exposto para somente assim decidir qual vacina e quantas doses devem ser realizadas.
Além disso, somente animais saudáveis devem receber a vacinação: a maioria das vacinas são produzidas com vírus mortos que necessitam de um adjuvante para estimular o inicio da resposta imune vacinal. Portanto se o gato apresenta qualquer doença concomitante, infestação de parasitas (pulgas, vermes) ele não vai responder adequadamente a vacinação.Uma vacina mal aplicada ou em momento errado pode fazer com que o animal fique doente ou mesmo venha a óbito!

Ainda sobre a polemica questão sobre se os animais devem realmente ser vacinados anualmente: A minha opinião é de que somente temos o controle dos produtos que estão dentro das nossas clinicas sob a nossa supervisão de armazenamento e temperatura. Desde a saída do distribuidor da vacina até a chegada ao consultório, tempo e temperatura adequada de conservação não se tem controle ou mesmo fiscalização. Além disso, o estado de saúde do animal exame clinico prévio e modo de aplicação interferem, e muito! na resposta do animal a vacinação. 
Em nosso pais é falha a fiscalização, onde “qualquer um” aplica vacina em qualquer lugar, de qualquer jeito e em qualquer balcão. Portanto se “vacina muito” para garantir que uma dose ao menos seja efetiva.

É um desabafo de quem leva a saúde dos animais a serio e minha opinião!


Se o animal é tratado como um membro da família, ele deve e merece ser atendido por um médico de verdade!



Imagens fonte:
AUGUST, J.R.; BAHR, A. Calicivirus: Spectrum of disease. In: AUGUST, J.R. Consultations in feline internal medicine. Elsevier
Inc. 2006, 5 ed, p. 3-9.


Por: M.V. Vanessa Zimbres
CRMV/SP 19.672
Graduada pela Universidade Federal de Uberlândia/ MG - 2005
Especializada em Medicina Felina pela Anclivepa/SP - Universidade Anhembi Morumbi - 2009
Especializada em Medicina Felina pelo Instituto Qualittas Campinas / SP - 2015
Sócia proprietária da Clinica de Medicina Felina Gato é Gente Boa! em Itu/SP